domingo, 30 de novembro de 2008

A pena é meu tear

carta

Não sou poeta.

Sou apenas mulher.

Que espera,

A tecer fios,

O homem

Que foi para a guerra.

escrito por João Ana Paula Motta 30-11-2008 13:52
0 comentários

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Receita de inventar presentes

Colher braçadas de flores,
Bambus, folhas e ventos
E as sete cores do arco-íris
Quando pousam no horizonte
Juntar tudo por um instante
Num caldeirão de magia
E então inventar um pássaro louco
Um novo passo de dança
Uma caixa de poesia.
Roseana Murray

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Neste Natal... adote a cartinha de uma criança.


Natal menina

Muita gente não gosta de Natal porque acha a data triste, outros porque não gostam da “obrigação” de se reunir com uma família grande na hora da ceia,outros têm traumas de infância. Não faço parte desse clube, adoro o Natal, talvez porque nasci bem pertinho da data e na minha casa era uma animação só, casa enfeitada, festa.

Hoje continuo amando essa época do ano e sempre tento fazer com que seja uma data inesquecível para as crianças da família. Meu filhote já passou da fase da “noite mágica”, mas vou tornar a festa uma coisa marcante para minha sobrinha.

Minhas dificuldades com o Natal são de outra ordem, preciso aprender a ser mais solidária, não só nessa época do ano, mas sempre. Nós que nunca passamos um Natal com dificuldades financeiras não sabemos como deve ser triste a noite de uma criança pobre. Quem sempre ganhou o que sonhou não é capaz de saber o que é frustração de um sonho infantil, ou a angústia de pais que não podem proporcionar uma alegria para os filhos.

Pensando no verdadeiro espírito natalino nasceu o projeto Papai Noel dos Correios que se propõe a realizar o sonho de crianças carentes que enviaram 17 milhões de cartas para o Papai Noel. Para participar é só passar numa agência do Correios e pegar uma cartinha e entregar o presente também nos Correios até dia 20 de dezembro, a própria empresa se encarrega de fazer a entrega.

Para saber mais informações clica aqui.

Fontes: Blog Todo amor que houver nessa vida e site dos Correios.

escrito por Ana Paula Motta 26-11-2008 14:36
0 comentários

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Helenas, Ariadnes, Penélopes e Anas....

“Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas

Sofrem por seus maridos, poder e força de Atenas

Quando eles embarcam, soldados

Elas tecem longos bordados

Mil quarentenas”

Chico Buarque

Coragem

Que a vida viesse a mim como uma tempestade
E me ofuscasse o raio, e me açoitasse o vento;
Que o mar rugisse em torno do meu rude lamento.
E soçobrasse a nau dessa tranqüilidade.
Viessem, também o frio e a falta de alimento,
Fantasmas da aflição e da necessidade;
Que me ferisse o agudo espinho da maldade
E me afogasse o vagalhão do sofrimento.
Na austera provação, não pediria morte;
Eu amaria a vida e bendiria a sorte;
Faria até do inferno um claro e lindo céu.
E para que eu tivesse a bravura exigida,
Bastava que no embate imenso dessa lida
Eu fosse tua e fosses todo meu.

Helena Kolody

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Meloclimática

AdalorÁfricoAlísioAragemAura
Austro

BrisaCicloneEspiroEuroFuracão
Garbino
LariçoLestadaLevante
Mareiro
Mistral
MinuanoMonçãoNortadaOressa
Pampeiro
RafadaRajadaRedemoinho
Siroco
SobreventoSuestadaTerralTornado
Tramontana
TravessãoTufãoVendavalViraçãoXamal
Zoeira


Tudo isso é vento

É desassossego em mim



“Em sonhos sou igual ao moço de fretes e à costureira. Só me distingue deles o saber escrever. Sim, é um acto, uma realidade minha que me diferença deles. Na alma sou seu igual.”

Livro do Desassossego – Bernardo Soares (Fernando Pessoa)

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Gosto de Sal



Na tarde quente eu e meu guarda-chuva cor-de-rosa
Contra o cinza que cobria o sol
Hoje eu chorei junto com o céu.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Despertar




Um arrepio bom,

Como se a brisa gelada

Trouxesse uma esperança orvalhada

Um sopro de manhã...


“Bens são mãos que afagam almas...” Trecho da música O Perdão (que não sei de quem é)

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Serenata,de Adélia Prado


Uma noite de lua pálida e gerânios
ele viria com boca e mãos incríveis
tocar flauta no jardim.
Estou no começo do meu desespero
e só vejo dois caminhos:
ou viro doida ou viro santa.
Eu que rejeito e exprobo
o que não for natural como sangue e veias
descubro que estou chorando todo dia,
os cabelos entristecidos,
a pele assaltada de indecisão.
Quando ele vier, porque é certo que vem,
de que modo vou chegar ao balcão sem juventude?
A lua, os gerânios e ele serão os mesmos
-- só a mulher entre as coisas envelhece.
De que modo vou abrir a janela, se não for doida?
Como a fecharei, se não for santa?"

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Abismal




Meus olhos estão olhando
De muito longe, de muito longe.
Das infinitas distâncias
Dos abismos inferiores.
Meus olhos estão a olhar do extremo longínqüo
Para você que está distante de mim.
Se eu estendesse a mão, tocaria sua face.
Mas os cinco dedos pendem como um lírio murcho
Ao longo do vestido.
Aqui tudo é leve, silêncioso, indefinido,
imóvel.
Não tenho mais limites.
Tornei-me fluida como o ar.
Seus olhos tem apelos magnéticos,
mas estou abismada
Em profundezas infinitas.
Helena Kolody

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Canção de ninar gente grande...


Quando a gente é pequena cantam pra gente dormir,

Mas quando a gente cresce também tem bicho papão.

E quando a noite chega e o sono não vem?

Quero um acalanto na noite de insônia,

Quero dormir com meu anjo,

Me guarda do medo da noite,

Quero sonhar com o céu,

Quando cantam pra gente dormir

Ah,como é bom,

O medo da noite se vai

E o sonho vem

12/09/2008

"Dorme, dorme menininha
eu estou aqui
vá sonhar
ainda é tempo, menininha "

Oswaldo Montenegro em “Canção de Ninar Gente Pequena”


Conto-poema:

Estrelas no sorriso...

Tinha prometido a si mesma não mais gargalhar

Não mais chorar alto

Não mais viver

Descobriu-se tão tola

Tão vazia

Tão só

Mas havia prometido não viver

E promessa é coisa séria

Trancou seu jardim à chave

Até que o outono veio

E com a primeira folha em queda

Ruiu seu muro de solidão

Sorriu no primeiro sol da estação

Amou com as flores de maio

Gargalhou nos fogos do São João

A primavera já chega

Flores e perfumes

Junto às estrelas do teu sorriso

27/08/2008

O luar em mim


Pra falar de lua,

A palavra nua

Pra falar de ser sua.

Cada pedaço de mim

Vibra e quer

Cada pedaço

De você

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Receita de Casa


Uma casa deve ter varandas

Para sonhar, cantos para chorar,quartos para os segredos

E a ambivalência

Um amor precisa espaço de voar,

Liberdade para querer ficar,

Alegria, e algum desassossego

Contra o tédio.

Não se esqueçam os danos a cobrir,

O medo de partir,e o dom de surpeender

- que é a sua essência.

Lya Luft