sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Comunicação em família



Walnize Carvalho

A máquina de lavar
e a moça na área de serviço.

O rádio de pilha
e a senhora na cozinha.

O celular
e o filho na varanda

O computador
e o rapaz no escritório.

A TV no jogo de futebol
e o homem no quarto.

A TV na novela das oito
e a mulher na sala.

Em cada cômodo da casa
um morador em silêncio
e sua companhia.

E, num clima de camaradagem,
Os eletrodomésticos conversam entre si!

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Escolhas




Walnize Carvalho

No banquete da vida, cardápio variado:
Quente
ou
frio

Perda
ou
ganho

Entrega
ou
repressão

Ônus
ou
bônus

Renúncia
ou
determinação

Euforia
ou
apatia

Luta
ou
resignação

Ir
ou
vir

Chorar
ou
sorria

No exercício do VIVER
o
livre-arbítrio
do SER.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Conto de Jardim: Coisas simples


Passadas as festas a vida voltou para sua confortante rotina.
Ela a salvo em sua cozinha e na biblioteca da aldeiota perdida no meio do nada. Ele se aventurando pelo mundo a trabalho.
Mas a rotina a dois é cheia de intensidades.
Naquela manhã dormiu um pouco além da conta,ele saiu sem acordá-la. Era dia de almoçar sozinha. Resolveu passar o resto de manhã no jardim.
Sentou-se num banco no canto entre as roseiras e abriu o livro que estava lendo há semanas. Surpreendeu-se com um papel dobrado. Letra dele, homem de muito carinho e poucas palavras escritas. Entre aspas um bilhete:

"Queria partilhar contigo os momentos menores

da minha vida,

porque os grandes já são teus."

(Poema de JG de Araujo Jorge do livro – A Sós – 1958 )

  

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Lua crescendo


Lua crescente no céu

Enorme em sua metade

Gestando a lua cheia,

o plenilúnio

Luar de verão

Luar em mim

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Somente ele




Walnize Carvalho

Ele
somente ele
produz
energia e alegria.

Ele
somente ele
induz
paixão e azaração.

Ele
somente ele
promove
aumento da sede
balanço na rede.

Ele
somente ele
vislumbra
a beleza do céu e mar
em noite de luar.

Ele
somente ele
desperta
a libido
estimula
traje colorido
fabrica
sorriso descontraído.

Ele
somente ele
- o VERÃO –
que mesmo com calor incandescente
permite
que alguma flor remanescente
perfume
e brilhe
fora da estação.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Com jeito de mulher


Walnize Carvalho

Não foi puro, creio eu, que Deus ao criá-la batizou-a com nome feminino: NATUREZA.

Bela, quase sempre. Silenciosa, às vezes. Generosa, outras tantas. Caprichosa, quando quer. Exibicionista. Determinada. Habilidosa. Espontânea. Contraditória. Versátil. Dócil. Rebelde. Voluptuosa.

Foi assim que pensei, ao passar naquela tarde chuvosa de inverno, pela Beira-Valão e vi destacando-se entre os ipês floridos, uma imensa árvore coberta de dourados brilhos.

Como uma bela e desejada mulher, ali se fazia presente, contrariando seu tempo de florescer (primavera). Com pujança dava um show de exibicionismo com tempo marcado para “retirar-se de cena” e usar trajes comuns.

A Natureza e sua suntuosidade.

E continuei meditando: quantas espécies habitam o Universo (rios, mares, florestas, pássaros, cachoeiras, etc. ...) seguindo a ordem natural estabelecida, muitas vezes apresentam espetáculos diários sem o olhar do homem?!?...

A Natureza e sua espontaneidade.

Sigo a caminhada. Mais adiante reflito: e as catástrofes, as devastações dos rios e mares?!?...

A Natureza e sua agressividade.

O pensamento gira: e quando nas redes dos pescadores vêm saltitando sortimento de peixes e crustáceos?!?...

A Natureza e sua generosidade.

Paro o trajeto. A chuva cessa. O sol aparece por entre as nuvens. No céu desenha-se um portentoso arco-íris.

A Natureza e sua versatilidade

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

sábado, 2 de janeiro de 2010

Tudo Novo?


FELIZ ANO... de novo

Walnize Carvalho

De novo, a falsa euforia...
De novo, o engarrafamento...
nas ruas
nas mesas
Alegria?!

De novo, o vestido branco.
De novo, papéis picados do Banco.

De novo, tilintar das taças.
De novo, o riso de graça.

De novo, praia cheia
- oferendas na areia.
De novo, o comer de uvas, lentilhas.
De novo, catador de latas vazias.

De novo....
De novo...
Novamente
A espera por bonança.
A E S P E R A N Ç A.