quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Ainda sobre histórias de princesas

Princesa e o sapo

Recolheu o sonho do chão

Limpou suas feridas expostas

Colocou nele um laço de fita

Novas asas, em um tantinho de coragem.

Ele ainda não conseguiu ganhar o céu.

Olha paralisado o horizonte

Não sabe ainda para onde vai

Espera o vento norte que o leve de volta ao (l) ar.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Sobre meninas e fadas...

"E

RA UMA VEZ uma criança que adorava ouvir histórias...
ela nada mais esperava que viver cada momento,
mas a cada passo dado neste seu mundo de sonhos e fantasia,
pouco a pouco, sem o perceber,
ia encontrando um sentido para a vida..."

Little women

Avozinha Garoa vai cantando
Suas lindas histórias, à lareira.
"Era uma vez... Um dia... Eis senão quando..."
Até parece que a cidade inteira

Sob a garoa adormeceu sonhando...
Nisto, um rumor de rodas em carreira...
Clarins, ao longe... (É o Rei que anda buscando
O pezinho da Gata Borralheira!)

Cerro os olhos, a tarde cai, macia...
Aberto em meio, o livro inda não lido
Inutilmente sobre os joelhos pousa...

E a chuva um' outra história principia,
Para embalar meu coração dorido
Que está pensando, sempre, em outra cousa...

Mário Quintana

("A Rua dos Cataventos")

"E quanto àquela criança que adorava ouvir histórias?
O mais importante que resta disso tudo é que nunca esqueçamos a lição... crianças, jovens ou adultos, no mundo das fadas todos seguimos encantados e... FELIZES PARA SEMPRE !"

Paulo Urban



sábado, 20 de dezembro de 2008

No TEMPO em que festejavam o dia dos meus anos

Quando eu era menina sempre adorava meus aniversários,Já de um tempo não consigo me sentir feliz plenamente nessa data.Por mais que tentem me alegrar, me agradar,me presentear.Não é o ficar mais velha que me incomoda.Nem sei o que é.

Acho que aquela “contenteza” de criança era tão intensa, com bolos em forma de trenó,festa cheia, velas acesas;que hoje acho qualquer comemoração meio pálida.

Já não saltito nos dias dos meus anos. Hoje fui muito mimada, presenteada,abraçada.Mas já não saltito no dia dos meus anos.

Mas não me veja, pessimista por isso.Não sou assim no dia-a-dia,apenas me conformo com a certa melancolia no dia dos meus anos.

Aniversário

Fernando Pessoa
(Álvaro de Campos)

No TEMPO em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu era feliz e ninguém estava morto.
Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos,
E a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religião qualquer.

No TEMPO em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma,
De ser inteligente para entre a família,
E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim.
Quando vim a ter esperanças, já não sabia ter esperanças.
Quando vim a olhar para a vida, perdera o sentido da vida.

Sim, o que fui de suposto a mim-mesmo,
O que fui de coração e parentesco.
O que fui de serões de meia-província,
O que fui de amarem-me e eu ser menino,
O que fui — ai, meu Deus!, o que só hoje sei que fui...
A que distância!...
(Nem o acho...)
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!

O que eu sou hoje é como a umidade no corredor do fim da casa,
Pondo grelado nas paredes...
O que eu sou hoje (e a casa dos que me amaram treme através das minhas
lágrimas),
O que eu sou hoje é terem vendido a casa,
É terem morrido todos,
É estar eu sobrevivente a mim-mesmo como um fósforo frio...

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...
Que meu amor, como uma pessoa, esse tempo!
Desejo físico da alma de se encontrar ali outra vez,
Por uma viagem metafísica e carnal,
Com uma dualidade de eu para mim...
Comer o passado como pão de fome, sem tempo de manteiga nos dentes!

Vejo tudo outra vez com uma nitidez que me cega para o que há aqui...
A mesa posta com mais lugares, com melhores desenhos na loiça, com mais copos,
O aparador com muitas coisas — doces, frutas o resto na sombra debaixo do alçado —,
As tias velhas, os primos diferentes, e tudo era por minha causa,
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...

Pára, meu coração!
Não penses! Deixa o pensar na cabeça!
Ó meu Deus, meu Deus, meu Deus!
Hoje já não faço anos.
Duro.
Somam-se-me dias.
Serei velho quando o for.
Mais nada.
Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira!...

O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!...



sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Enchente em Campos






Seqüência de fotos do cais da Lapa agora há pouco

Lapa- fotos da enchente

Cais da Lapa próximo à Rua Saturnino Braga
Rua Manoel Monteiro
Casa na Avenida São João da Barra

Moradores retiram pertences de casa

Fotos do Bairro da Lapa

Esquinas das Ruas Miguel Herédia e Manoel Moll
Miguel Herédia
Miguel Herédia com Avenida São João da Barra

Rua Miguel Herédia

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Poesia em ondas


Esse é um belo poema da Ana Vidal, do Livro Seda e Aço.Apenas uma amostra do livro que é todo muito bom,com poemas deliciosos.



MARÉS CHEIAS


Ponham-me sonhos a correr nas veias
Deixem-me navegar em fantasia
E as vinte e quatro horas do meu dia
serão sublimes como marés cheias!
Quero palpitante tudo aquilo que toco
Quero o que existe para lá do espelho
E quero tingir de azul e ouro velho as cores pardas dum mundo que não foco
Que eu feche os olhos e me leve o vento!

Que cada dia seja o meu primeiro!
Que eu saiba sempre fazer um veleiro
do banco de jardim onde me sento...

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Sonhos que as águas levam...

Quando as águas das enchentes chegam levam móveis,carros,casas.Levam sonhos.
Replico aqui o desabafo do professor Sérgio Soares no Blog Dentro da Minha Cabeça do Rodrigo Rosselini.

Enchentes de Ururaí: desabafo de um cidadão

O professor Sérgio Soares, residente a vida inteira em Ururaí, indignado com o descaso das autoridades em relação a situação em que se encontram os moradores de seu bairro, pede espaço aqui para divulgar uma carta aberta à sociedade:

"Queridos Amigos...

Uma vez que estou literalmente dentro d'água e aguado nessa situação, conto com algumas respostas e quem sabe soluções. Conto com algumas respostas.

Um forte abraço,

Sérgio Soares*


Àqueles que ainda acreditam em dignidade.

Nesses dias que seguem ao desespero e a força da natureza, tenho estado em estranho desconforto diante da espécie humana. Sinto-me violado nos direitos ditos fundamentais pela constituição e, em seguida abandonado por aqueles que deveriam me garantir esses direitos.
Em menos de dois anos vejo parte da minha vida e de boa parte da população sendo levada pelas águas. Sempre vivi nessa região e ao longo desses anos vejo a força da água cada vez maior. As casas, até então distantes do poder do rio e protegendo-nos das águas de cima, tem sido tomada pelas águas sujas de baixo que invadindo as ruas e quintais e penetrando por nossas portas, janelas e derrubando nossas paredes e levando o pouco que podemos ter com o fruto do nosso trabalho. Mas essa força raivosa das águas tem um motivo: a ganância humana. Fazendeiros e usineiros ocupam impiedosamente as margens do rio, desviam saídas, aterram brej os, constroem diques que impedem que as águas se espalhem e não arrastem nossas vidas.
De um lado a boa fé humana e aqueles que se dispõem de alguma forma em ajudar e de outro o povo que mesmo necessitado insiste em levar vantagem. Precisam sim, não estou negando a necessidade daqueles que perderam tudo ou quase tudo. Mas deve existir dignidade, mesmo nesses momentos de angústia e de desespero. Falo em nome da boa fé que precisamos aprender a cultuar e acima de tudo respeitar.
Sei que a fome e as necessidades vitais não esperam. Que a saúde deve ser preservada e é dever público oferecer condições para tais. Não é um serviço gratuito como fazem parecer. Pagamos impostos e esses devem ser revertidos para o bom funcionamento das maquinas públicas como saúde, serviços sociais, saneamento básico e acima de tudo a garantia de um gestor que faça a máquina funcionar. Mas como manter viva a fà © nessa cidade de desilusão política, onde só recebemos notícias de corrupção e desvio de verbas públicas.
Algumas perguntas me martelam e insistem em sangrar. Onde está o prefeito de nossa cidade que não se manifesta? Onde está o IBAMA que persegue os pescadores e seus pequenos peixes (nesses dias corretamente), pobres senhoras com seus papagaios e não enxerga a construção de um dique em área de escoadouro de água do rio Ururaí? Onde está o meu direito de cidadão que não pode vir a tona sem que eu vá à justiça para buscá-lo? ... a mesma justiça que garante ao fazendeiro uma maior valia para seus bois, indiferentes às nossas vidas que pouco a pouco vai sendo levada pelas águas, com toda sorte de destruição e doenças que podem aparecer a qualquer instante.
Em menos de dois anos tudo isso. Com uma diferença é claro. Na vez anterior a mesma água não subiu no asfal to, não impediu que os caminhões com alimentos para a população urbana chegasse ao seu destino. Sofri o mesmo impacto, fiquei dois meses fora de casa, com meus vizinhos espalhados em vários lugares e a lama habitando a minha casa. Não fui ressarcido em nada, mas o boi do senhor fazendeiro manteve-se protegido e com certeza rendeu bons lucros. Tive que trocar porta, refazer paredes, pintar casa e refazer uma etapa da minha vida. Agora, mais uma vez, a história se repete e todo o país ouve a minha má sorte. Mais uma vez não serei ressarcido e terei que gastar minhas economias (quase nenhuma na verdade) com limpeza, aluguel, pedreiro e sabe-se Deus mais o que. Talvez eu receba um tapinha no ombro e me digam que tudo está bem. Que não perdi nada material e que eu preciso mudar de casa, que eu preciso mudar de bairro e....
Mas minha vida está aqui, meus amigos estão aqui, minha família está aqui. Não quero sair daqui, gost aria que fôssemos tratados com dignidade, que fizessem valer os impostos por nós pagos. Só queria dignidade e respeito daqueles que ocupam lugares de responsabilidade e não a possuem para defender os nossos direitos.

Sérgio Soares
Ururaí, 05 de dezembro de 2008."

*Sérgio Soares é professor de biologia da rede estadual, leciona no Colégio Estadual Dom Otaviano Costa, em Ururaí, e é também professor do Instituto Dom Bosco Salesiano, em Campos. Esta carta foi enviada ao jornal O Globo, para publicação.


terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Sonho de Natal...


Neve

Sonhar é a maneira otimista de fazer planos.

Hoje não preciso de muitas palavras.

Um agradecimento à Ana Vidal por ter emprestado essa foto linda do seu Porta do Vento da neve em Castro d'Aire, Portugal no primeiro fim-de-semana de dezembro.

escrito por João Ana Paula Motta 09-12-2008 12:24
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terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Campanha de doações para os desabrigados da enchente

Terça-feira, 2 de Dezembro de 2008

Do Blog Dentro da Minha Cabeça

A ASCOM (Assessoria de Comunicação da UENF), avisa que está montado um posto de coleta de roupas e alimentos para as vítimas das enchentes em Ururaí e Lagoa de Cima, na direção do CBB, até a próxima sexta, 05/12.
Localização do CBB abaixo, assinalado em vermelho.