
Diante dessa página em branco tento libertar a poesia que guardo em mim. Tento tirar as grades da prosa aprisionada porque “não tenho tempo”.
Olho para o relógio ali a espreita ao pé da página, implacável. Não há tempo.
Ando com a alma apascentada, o coração feliz, no entanto o tempo me consome e de mim só saem ofícios, relatórios, formulários e releases.
Vou buscar no arquivo da semana passada um poeminha tímido que surgiu numa bela manhã de outono, com o cheiro e as cores das manhãs de maio.
Acordou junto com o sol...
e foi colher o dia.
Anda agora a cultivar auroras.