sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
Farol de muitos faróis
Walnize Carvalho
Gosto de estar por aqui neste exílio voluntário, pés no chão, despojada, encontro diário comigo mesma. Caminhar na hora do sol nascente por entre as alas de casuarinas sentindo a brisa matinal.
Ir à beira-mar, pisar na areia úmida, catar conchinhas (ainda que escassas) e sentir a maresia lamber-me a face.
Ver, ao longe, barcos no porto. Alguns de pintura nova, nomes gravados no dorso e outros já cansados, emborcados e envelhecidos pelo tempo.
Seguir em frente e observar algumas casas com telhados à mostra, enormes varandas, flores no muro espiando a rua. Em seus quintais, galinhas e pintos ciscando a terra.
Sentar-me, tomar água de coco, ver passar antigos e novos moradores. Padeiro de bicicleta, caminhão vendendo redes, kombi com legumes e frutas, o menino do picolé: - Cremoso!! É da Boa Vista!...
Ao meio-dia ir a algum dos quioques enfileirados na calçada paralela ao mar e saborear peixes e camarões fritos na hora acompanhados do largo sorriso dos que estão ali prontos a servir os visitantes.
Fazer a sesta, ler um bom livro na rede ao som de música suave.
À tardinha passear pelo Calçadão, assistir ao vôlei enquanto pessoas sentadas nos bancos ficam por ali, conversando.
Olhar em direção ao mar e ver meninos soltando pipas, moços com pranchas e senhores com redes de pescar lançando-as nas ondas bravias.
Quando a noite chega, admirar o velho Farol – timoneiro dos navegantes – e símbolo deste aprazível balneário derramar seus raios como a abençoar moradores e veranistas.
Fitar o céu salpicado de estrelas.
E em contrição com a Natureza, recolher-me, dormir e sonhar.
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