domingo, 15 de novembro de 2009

Peraltice

Walnize Carvalho


O menino travesso sorrateiramente entrou no porão da velha casa.

Seus olhos correram os cantos..Encontrou mofo e teias de aranha.

Remexeu baús.Deparou com fotos antigas,quinquilharias e papes de carta.

De repente, em seu olhar uma inusitada chama.Seus olhos pousaram em algo encantador: uma caixa redonda.Lembrou-se da Caixa de Pandora.

Abriu a tampa.

Dela saltou ,para susto e alegria,uma bonequinha de molas a lhe sorrir.

Correspondeu ao sorriso,afagou-lhe a face , brincou com ela.

Tirou a poeira dos seus sentimentos.

O menino travesso cansou da novidade.

Resolveu ir embora.

Tratou de fechar a tampa da caixa colorida.Não teve êxito.

O brinquedo semi-liberto não conseguia voltar para o seu mundinho anterior .

O garoto movido por pressa e tédio jogou a um canto,a distração.

Dos olhos da boneca-palhacinha duas lágrimas mágicas caíram...

3 comentários:

Maria Lessa disse...

Sensibilidade à flor da pele...é o que tem quem escreve assim. Lindo!

Ana Paula Motta disse...

A Walnize é mesmo assim, sensível e doce...

walnize carvalho disse...

Mari e Ana,
A sensibilidade não é "rua de mão única". É preciso o encontro entre quem escreve e quem lê.
Obrigada pela cumplicidade.
Walnize