
Esse clip foi uma espécie de homenagem que o Rui me fez. Como achei uma gracinha o clip e a lembrança fica marcado o momento aqui no blog.
Vi no poema da Roseana Murray um pedaço de mim que ainda não desaprendeu colher estrelas, sonhar estrelas, viver nas estrelas.
Meu pedaço menina, que ainda é o maior em mim...até quando?
Estrela Cadente
Quando eu estiver
com o olhar distante,
maninha,
com um jeito esquisito
de quem não está presente,
não se assuste,
ó maninha,
fui logo ali,
no quintal do céu,
colher uma estrela cadente.
Uma sensação de sufoco por causa do calor fora de época ou por motivos menos climáticos.
O fim de tarde não trazia boas promessas ou um horizonte belo. O cinza da cidade se espalhava pela alma ou o cinza da alma nublava os olhos.
Um bando de andorinhas alardeava o verão fora de hora.
No meio da multidão, a sensação de não ser reconhecida por nenhuma daquelas caras de certa forma a confortava. Mas viu esse pequeno conforto ser ameaçado. Esquivava-se da cara conhecida, não queria abraços, beijos e – o pior- trocar palavras. Conseguiu escapar.
Respirou fundo e venceu a fumaça da comida de rua e dos veículos feito formigas atarantadas em fim de dia.
Venceu o medo, o enfado e procurou em vão as tais andorinhas. Decerto foram anunciar o verão em outra freguesia.