MUDEZ
Torquato da Luz
Quando por fim voltares, traz no olhar
a nesga de areal onde algum dia
te encontrei entre a espuma e a maresia,
passeando a surpresa de haver mar.
Traz também nos cabelos o luar
e deixa que o veneno da poesia
nos envenene aos dois em sintonia,
como exige o mistério do lugar.
Talvez assim eu possa finalmente
segredar-te as palavras que não soube
dizer-te no momento em que te vi
pela primeira vez e, de repente,
o mundo foi tão grande que não coube
na minha voz e logo emudeci.
Torquato da Luz
Quando por fim voltares, traz no olhar
a nesga de areal onde algum dia
te encontrei entre a espuma e a maresia,
passeando a surpresa de haver mar.
Traz também nos cabelos o luar
e deixa que o veneno da poesia
nos envenene aos dois em sintonia,
como exige o mistério do lugar.
Talvez assim eu possa finalmente
segredar-te as palavras que não soube
dizer-te no momento em que te vi
pela primeira vez e, de repente,
o mundo foi tão grande que não coube
na minha voz e logo emudeci.
4 comentários:
adoro o poema que tens na tua descrição. EA era daqui, do sitio onde moro :)
Também adoro esse poema,diz muito do que me vai na alma agora. Preciso desse poema agora, de voltar às minhas manhãs claras.E esse que postei agora também, aliás acho que tenho a alma em transbordamento.
Beijinhos, querida.
É um belíssimo poema. Daqueles que dizem tudo e que mais ninguém conseguria dizer melhor.
Adorei.
Beijinhos
Sem dúvida alguma. Diz o que nos vai na alma. Nem eu mesma seria capaz de traduzir tão bem...
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