segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Poesia na bagunça do dia-a-dia...

Por hora roubo versos por aí. Qualquer manhã dessas volto eu mesma a escrevê-los.


MUDEZ

Torquato da Luz


Quando por fim voltares, traz no olhar
a nesga de areal onde algum dia
te encontrei entre a espuma e a maresia,
passeando a surpresa de haver mar.

Traz também nos cabelos o luar
e deixa que o veneno da poesia
nos envenene aos dois em sintonia,
como exige o mistério do lugar.

Talvez assim eu possa finalmente
segredar-te as palavras que não soube
dizer-te no momento em que te vi

pela primeira vez e, de repente,
o mundo foi tão grande que não coube
na minha voz e logo emudeci.

4 comentários:

pinguim disse...

adoro o poema que tens na tua descrição. EA era daqui, do sitio onde moro :)

Ana Paula Motta disse...

Também adoro esse poema,diz muito do que me vai na alma agora. Preciso desse poema agora, de voltar às minhas manhãs claras.E esse que postei agora também, aliás acho que tenho a alma em transbordamento.
Beijinhos, querida.

Natália Augusto disse...

É um belíssimo poema. Daqueles que dizem tudo e que mais ninguém conseguria dizer melhor.

Adorei.


Beijinhos

Ana Paula Motta disse...

Sem dúvida alguma. Diz o que nos vai na alma. Nem eu mesma seria capaz de traduzir tão bem...